Engenheiro Coelho não celebrará Dia da Independência com desfile cívico

Nathália Lima

O dia 7 de setembro é bastante aguardado por grande parte do brasileiros, e traz consigo muitos significados especiais. Alguns usam o dia para descansar durante uma semana agitada de trabalho. Outros participam de atividades escolares, como desfiles cívicos e saudações à bandeira nacional. Independente da razão pela qual anseiam pelo feriado, em muitas situações, a data passa e nenhuma reflexão é feita a respeito da real importância dela para o Brasil.

Há exatos 195 anos, era dita a famosa sentença “Independência ou morte!”, bradada pelo antigo imperador do Brasil, Dom Pedro I, que fugia de Portugal e se escondia em terras tupiniquins. Sua fuga é tratada, por muitos, como covardia. E seu brado de liberdade, ignorado. No entanto, apesar de dividir opiniões entre “gregos e troianos” do território nacional, este é um dos fatos históricos mais importantes no país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da suposta autonomia política.

Antes dessa, várias tentativas ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Um dos nomes mais conhecidos e que pagou com a própria vida por esse ideal foi Tiradentes. Ele foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade do Brasil durante o processo da Inconfidência Mineira.

Por esse motivo, muitos municípios brasileiros organizam programações especiais neste dia. Desfiles são feitos, o hino brasileiro é honrado e entoado pelas praças como maneira de “não deixar a história morrer”. Porém em Engenheiro Coelho, a tradição de apresentar desfiles cívicos em homenagem a essa data festiva e especial não faz mais parte do calendários de atividades municipais.

De acordo com o historiador coelhense Edison Fávero, no passado, Engenheiro Coelho trazia aos munícipes muitas opções de valorização para essa data. “Antes mesmo de o município ser emancipado, eram realizados desfiles majestosos, cheios de gente e muita consciência a respeito da importância do 7 de setembro para nós, brasileiros”, explica Fávero.

“É uma pena que hoje não tenha mais isso. Além da educação dentro de sala de aula, essa é uma maneira bastante efetiva de mostrar a importância da Independência do Brasil, principalmente para os moradores coelhenses”, lamenta o também arquiteto.

Fávero, que nasceu no solo vermelho coelhense em maio de 1951, é neto de Pedro Forner, o grande responsável pelo loteamento que deu origem à cidade. Isso que faz dele um profundo conhecedor e apaixonado pela história coelhense.

De acordo com o escritor, na realidade atual, é preciso que o assunto seja abordado de maneiro enfática dentro de sala de aula. “É preciso que nossas raízes não morram e que tenhamos a consciência a respeito da história da qual cada um de nós também faz parte”, assevera.

Educação > desfile cívico

A fim de suprir a necessidade do município quanto à valorização do 7 de setembro, a Educação Municipal tem realizado diversas atividades dentro de sala de aula com os alunos da rede pública.

Apesar da não realização do desfile cívico, outras ações promovidas pela pasta tem como foco conscientizar coelhenses, desde a mais tenra idade, com relação à comemoração.

De acordo com a secretária Municipal de Educação, Cleide Franco, o município não tem recursos suficientes para arcar com os gastos que um desfile cívico pode onerar dos cofres públicos. “Nós gostaríamos muito de fazer um desfile cívico a cada ano, levando nossas escolas às ruas para participar dessa comemoração, mas infelizmente temos pouco recurso e precisamos utilizar o dinheiro da pasta em frentes mais importantes no momento”, afirma Cleide.

Apesar de ter que priorizar assuntos mais urgentes à Secretaria, a responsável pela pasta explica que “não é uma crise financeira que vai nos obrigar a não ensinarmos nossos alunos sobre a importância do 7 de setembro. Dentro de sala de aula, temos trabalhado a importância da Independência do Brasil de maneiras lúdicas, explicativas e bastante completas”, finaliza a secretária.

Durante a Semana da Pátria, além das atividades em sala de aula, os alunos da rede municipal participaram de um ato nas escolas, cantando o Hino Nacional com todos os outros estudantes em homenagem à Pátria.

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