Estudante de Engenheiro Coelho tem vida transformada por Nossa Senhora

Em 2017, os católicos de todo o Brasil comemoram os 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Em 1717, o país entrava em contato com a história que transformaria Nossa Senhora Aparecida em padroeira nacional, símbolo de fé e milagres. O evento que virou marco para o catolicismo brasileiro foi narrado numa pescaria em Guaratinguetá.

A ordem do Legislativo era clara: obter o máximo possível de peixes para recepção do novo governador. Na época, os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves foram designados à função e jogaram as redes no Rio Paraíba.

No entanto, parecida com a história bíblica narrada no capítulo 21 de João, os pescadores passaram horas lançando as redes sem sucesso. Mais à frente, no Porto Itaguaçu, fisgaram uma imagem de barro decapitada e, em seguida, encontraram a cabeça de Nossa Senhora da Conceição.

Não demorou muito para que as redes se enchessem de peixes, tantos quanto conseguissem carregar. Décadas depois, a escultura negra de 37 centímetros se tornaria um dos símbolos do País e, já como Nossa Senhora Aparecida, ganharia do papa Pio XI em 1930 o título de Padroeira do Brasil.

Essa é a história de uma das santas que mais carrega multidões no país, cheios de fé e devoção. O Santuário Nacional de Aparecida é o maior centro mariano do mundo em tamanho e o segundo em frequência, ficando atrás do de Nossa Senhora de Guadalupe, no México. A cada ano, cerca de 12 milhões de romeiros visitam o município de Aparecida (SP), à margem da Via Dutra, distante 180 km de São Paulo. Ali, católicos do Brasil todo se misturam a estrangeiros, que se multiplicaram após a visita de Bento XVI, em 2007.

Do ceticismo à fé

Em Engenheiro Coelho, muitas pessoas fazem parte da comunidade católica. A Paróquia, que tem mais de 30 anos de existência, segue a tradição de levar aos moradores do município esperança e devoção. No meio de tantos relatos impressionantes, a história de Bianca Machado chamou a atenção.

Natural de Medina, Minas Gerais, Bianca se dizia cética a todo tipo de crença. De família devota à Virgem Maria, teve criação católica, mas nunca havia sentido de perto a presença da mãe de Cristo. “Nos meados dos meus 18 anos, eu não acreditava em nada que fosse divino ou sobrenatural. Nessa época, eu morava sozinha e mamãe fez questão que eu deixasse na minha carteira uma mini imagem de Nossa Senhora. Como para mim não fazia diferença, eu deixei apenas para agradar a minha mãe”, relembra a estudante coelhense.

Bianca explica que, na época, ainda muito jovem e morando longe dos meus pais, passou por momentos de muita saudade, de não saber o que fazer em algumas situações, de sentir medo. “Também fiz besteiras, não usei o juízo e até me arrisquei. No entanto, todos esses momentos adversos tinham algo em comum: Nossa Senhora estava ali cuidando de mim, ainda que eu não percebesse”, assevera.

Estudante de Jornalismo do Centro Universitário Adventista de São Paulo, o Unasp-EC, Bianca explica que a experiência com Virgem Maria foi um divisor de águas em sua vida, e que a imagem dela na carteira a fazia compreender, de maneira completa, que alguém sobrenatural a estava cuidando dia e noite.

“Várias vezes, quando eu estava prestes a cometer algum erro, algo me fazia abrir aquela carteira e olhar pra imagem de Nossa Senhora. Aquilo mexia comigo por dentro, como se a Mãe de Cristo estivesse de corpo presente, me pedindo para não fazer nenhuma besteira. E por mais que eu sentisse isso, muitas vezes eu continuei no caminho errado, afinal eu era descrente e achava que tudo o que eu sentia era coisa da minha cabeça”, lamenta Bianca.

Apesar da relutância, a jovem explica que foi compreendendo, dia após dia, os preceitos que Nossa Senhora queria imputar em sua existência, trazendo-a para perto dos caminhos do bem. “‘De onde vem essa dor na consciência?’, eu me perguntava. Isso foi amolecendo o meu coração, até que um dia eu resolvi experimentar e me abrir pra rezar.

Fui até uma igreja próxima da minha casa na época. Nessa igreja, eles tinham o costume de cantar uma música em consagração a Nossa Senhora. Quando essa música tocou, eu me arrepiei da cabeça aos pés, e senti de fato a vontade que a Virgem Santa tinha em me resgatar daquela vida meio desregrada e inconsequente”, explica a devota.

Hoje, Bianca devota todas decisões e iniciativas de sua vida à Virgem Santa. Para ela, a atitude de sua mãe ao colocar a imagem na carteira fez toda a diferença. “Aos poucos, a presença de Nossa Senhora foi tomando conta da minha rotina. Eu, ateia, fui atrás de uma igreja movida a isso. Nossa Senhora me chamou pra andar nos caminhos de Jesus”, acrescenta Bianca, emocionada.

Aos infiéis, Bianca explica que é muito importante não se fechar perante o poder da Santa. “Às pessoas que não acreditam, não importa o motivo, não se fechem, porque eu me fechei e enquanto eu vivia descrente, eu não era tão feliz, tão leve e confiante como sou hoje”, argumenta.

“Depois desse episódio na igreja, minha vida teve uma reviravolta muito positiva. Eu consigo resolver os meus problemas sem grandes dificuldades, enfrento as adversidades com mais confiança, passei a errar menos comigo e com as outras pessoas. Passei a pensar mais no próximo. Resumindo, passei a ser uma pessoa plenamente feliz, confiante nas promessas de Jesus, graças à intercessão da Virgem Santíssima”, finaliza Bianca.

Comemoração coelhense

Para celebrar a data especial, a Paróquia São Pedro de Engenheiro Coelho realizará, na data de 12 de outubro, um programação em honra à padroeira do país.