31/05/2023

“Eu estou chamando esse estatuto de contrato da escravidão” denuncia professor em Engenheiro Coelho

O professor Eder fez um apelo aos vereadores e autoridades presentes, solicitando que apresentassem as bases legais que embasam essa ligação entre o estatuto e o repasse de 13% que deve chegar aos docentes

Da redação

Na última segunda-feira, dia 29, durante a sessão ordinária na Câmara Municipal de Engenheiro Coelho, o professor Eder Freitas dos Santos fez uso da tribuna livre para expressar sua indignação em relação ao estatuto que será enviado para análise da Casa de Leis. Em um discurso emocionado, o professor fez duras críticas à proposta, alegando que ela representa uma espécie de “contrato da escravidão” imposto aos professores do município.

Em seu pronunciamento, o professor Eder ressaltou que estava ali como um cidadão munícipe e não como presidente do FUNDEB, deixando claro sua posição pessoal sobre o assunto. Ele começou sua fala questionando a incompletude do estatuto disponibilizado aos professores, afirmando que faltam anexos e informações essenciais para uma análise adequada.

O principal ponto de crítica do professor Eder em relação ao estatuto é o sistema de evolução proposto, que, segundo ele, é absurdo e coloca uma carga excessiva sobre os docentes. De acordo com a proposta, a cada cinco anos os professores precisariam obter pós-graduação, mestrado e doutorado para obter um acréscimo salarial de apenas 5%. O professor considera esse requisito excessivo, uma vez que o investimento necessário para obter essas formações não se justifica pela pequena porcentagem de aumento salarial oferecida: “Um sistema absurdo de evolução que só eles apresentaram aqui, onde você evolui a cada cinco anos, e essa evolução requer que você faça pós graduação, que aqui quase todos têm. A segunda evolução é depois de cinco anos, que você tenha um mestrado, depois desses cinco anos um doutorado. Para ter o quê? Míseros 5% no salário. Convenhamos, ninguém aqui vai pagar mestrado e doutorado para ganhar cinco por cento de um salário que nem no piso está. Isso é um absurdo, não cabe” lamentou.

Outra crítica feita pelo professor Eder refere-se à falta de benefícios concedidos pela prefeitura, como vale-transporte e vale-alimentação, além dos baixos salários oferecidos aos professores. Ele ressaltou que mesmo o repasse de 13% anunciado não será suficiente para alcançar o piso salarial estabelecido, e questionou a alegação de que o repasse estaria condicionado à aprovação do estatuto: “Sobre o repasse de 13% que eu aceito muito, mas existe a falácia que o repasse de 13% só vem se o estatuto for aceito. Queria que me mostrassem na lei onde isso está embasado, porque estatuto é uma coisa, piso salarial é outra totalmente diferente e uma coisa não está ligada com a outra. Além disso, os 13% repassados agora não chegarão perto do piso salarial” pontuou o docente.

O professor Eder fez um apelo aos vereadores e autoridades presentes, solicitando que apresentassem as bases legais que embasam essa ligação entre o estatuto e o repasse de 13%. Ele argumentou que o estatuto e o piso salarial são questões distintas e que o repasse deveria ser garantido independentemente da aprovação do estatuto.

Em seu discurso, o professor Eder também ressaltou que, ao fazer um cálculo simples das perdas salariais acumuladas ao longo dos anos, os professores da rede municipal de Engenheiro Coelho teriam perdido quantias significativas, que poderiam ser utilizadas para aquisição de imóveis. Ele destacou a importância de que os recursos destinados à educação cheguem efetivamente aos professores: “O interessante é que esse dinheiro vem, só não chega onde tem que chegar!”.

Diante das críticas contundentes do professor Eder e da preocupação demonstrada em relação ao estatuto proposto, é esperado que o assunto seja amplamente discutido pelos vereadores e pela comunidade educacional, a fim de encontrar soluções que valorizem e respeitem os professores e garantam uma educação de qualidade no município de Engenheiro Coelho.

Confira na íntegra a partir do trecho exato:

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