17/07/2017

Número de contratações formais aumenta 28% em Engenheiro Coelho

Economistas afirmam que, embora o resultado seja positivo, não resolve o problema do desemprego na região

Da redação

O número de contratações formais aumentou 28% em Engenheiro Coelho no mês de maio em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, foram criadas 96 vagas no município em maio de 2017, contra 75 no mesmo mês em 2016. Economistas afirmam que, embora o resultado seja positivo, não resolve o grave problema do desemprego na região.

Isso porque, apesar do bom número de contratações, também houve demissões. E, como explica o economista João Miranda, que é formado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, a melhor maneira de avaliar se houve melhora ou piora no quadro de empregos da cidade é o índice de criação de vagas, que considera o saldo entre as admissões e desligamentos.

Confira nas tabelas abaixo os números referentes ao mês de maio de 2017 e ao de 2016, divididos por setor econômico:

2017

SETORADMISSÕESDEMISSÕESSALDO
INDÚSTRIA371423
CONSTRUÇÃO CIVIL23-1
COMÉRCIO23176
SERVIÇOS2328-5
AGROPECUÁRIA1116-5
TOTAL967818

2016

SETORADMISSÕESDEMISSÕESSALDO
INDÚSTRIA231013
CONSTRUÇÃO CIVIL04-4
COMÉRCIO1723-6
SERVIÇOS23203
AGROPECUÁRIA1214-2
TOTAL75714

Juntamente com o economista Luiz Fernando Rosa, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Miranda analisou os números fornecidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Eles destacam a contribuição positiva dos setores de indústria e comércio para o cenário e apontam dois motivos para isso.

De acordo com Miranda, após o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), houve um sentimento de retomada da confiança na atividade econômica. “Com este sentimento, os empresários se viram na necessidade de ocupar a capacidade ociosa de suas plantas e, com isso, voltaram a contratar mão de obra, principalmente no setor da indústria”, pondera.

Outro fator fundamental para o crescimento na criação de vagas de emprego foi a liberação dos saldos inativos do FGTS, atrelada à baixa no índice de inflação e à queda gradual na taxa de juros nos últimos meses, o que acabou fomentou o consumo na população.

Segundo o economista, o movimento de melhora, ainda que tímido, se confirma na soma dos cinco primeiros meses do ano em Engenheiro Coelho. “Segundo dados do Ministério do Trabalho, foram criadas, entre janeiro e maio de 2017, o total de 178 postos de trabalho, enquanto no mesmo período de 2016 foram destruídas 13 vagas”, informa.

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RMC

Miranda aponta que a tentativa de reaquecimento da economia feita pelo governo federal irá impulsionar as atividades do comércio nos próximos meses. “Mas a perspectiva não é tão animadora”, afirma. Segundo ele, ações como a queda na taxa básica de juros e o saque das contas inativas do FGTS, além dos resultados do índice de inflação, têm efeito temporário.

“Se não houver ações mais consistentes por parte do poder público, podemos retomar números menos positivos em pouco tempo”, analisa. Para o economista, a expectativa de crescimento do PIB em 2017, que é de 0,39%, significa um crescimento quase nulo da produção econômica em relação a 2016.

Aliado a uma expectativa de déficit primário de quase R$ 150 bilhões, isso “significa que o Estado estará praticamente impossibilitado de agir no estímulo da economia”. Ou seja, há uma expectativa de estagnação na economia nacional para este ano, segundo Miranda.

Com base nisso, o economista acredita que a expectativa na RMC é de estabilização no número de empregados na região, com números tímidos na criação de postos de trabalho para os próximos meses de 2017.

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