18/06/2017

Vereador mais jovem de Engenheiro Coelho quer uma cidade mais unida

Kenji Melo explica que ‘divisão’ entre a cidade e o bairro Lagoa Bonita atrapalha fluidez do trabalho

Da redação

O vereador mais novo da Câmara de Engenheiro Coelho tem 27 anos, é natural de São Paulo (SP) e desde pequeno já se interessava pela política. Sobrinho do vereador Paulo Silas, político conhecido em Taboão da Serra (SP) por sua atuação política durante 12 anos no município, Kenji Melo (PV) faz parte, pela primeira vez, do meio político.

Formado em Direito pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus Engenheiro Coelho (Unasp-EC), o único representante do Bairro Lagoa Bonita no Legislativo afirma ter entrado na política para deixar seu nome marcado na história e fazer a diferença no município. Em entrevista exclusiva ao Portal Coelhense, Melo (PV) comenta suas motivações, inspirações e propostas para Engenheiro Coelho.

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Como começou seu envolvimento com a política? Qual foi o papel da sua família nessa decisão? 

A história política da minha família começou com meu tio Paulo Silas, que é o irmão mais velho do meu pai. Ele passou uma temporada nos Estados Unidos e quando voltou, foi morar em Taboão da Serra (SP). Lá, ele viu que podia trabalhar em prol da população de maneira diferente. Por isso, decidiu se candidatar, primeiramente a vereador, e acabou sendo eleito três vezes na cidade. Minha família sempre foi, de alguma forma, envolvida com política. Meu pai nunca chegou a exercer função pública, mas trabalhou com meu tio durante muitos anos no setor público. Ele foi candidato duas vezes aqui em Engenheiro Coelho, mas não conseguiu entrar. Da última vez, faltaram seis votos para ele se eleger, e então, desistiu. Foi depois disso que eu decidi tentar.

Por que você decidiu se envolver na causa política? Essa decisão teve influência da sua família?

Eu só resolvi tentar porque sei que tenho gente experiente para me ajudar. Meu tio Paulo é formado em Direito e especialista em Direito Constitucional. Quando eu tenho alguma dúvida, ligo para ele, pergunto o que eu posso fazer para resolver determinado assunto e sei que vai dar certo. Outro motivo muito importante pelo qual decidi concorrer em Engenheiro foi o legado que minha avó deixou para a gente. Ela não tinha estudo completo e, mesmo assim, chegou a ser vice-diretora de uma empresa grande no Brasil, a Ellus. Para minha avó, nós tínhamos a obrigação de deixar nossa marca na história. De fazer diferença no mundo. Não adiantaria ganhar muito dinheiro e não sermos reconhecidos pelo que fizemos.

Ela sempre dizia “tudo o que o pai de vocês podia dar (escola boa, aula de inglês, alimentação de qualidade, amor), ele deu. ‘Chegar lá’ é obrigação de vocês. O mínimo que se espera de vocês é uma estabilidade financeira e uma estrutura familiar decente. Agora, o que mais vocês vão fazer?”. Essa sempre foi uma discussão que eu e meus primos tivemos. “O Kenji vai ser lembrado pelo que?”. Para minha avó, era melhor abrir mão de ser rico, e deixar um legado positivo na história, que foi o que ela sempre tentou fazer. Eu vi, como caminho mais rápido para isso – não mais fácil, mais rápido -, a política. Se eu fizer algo positivo, meu nome estará gravado na história.

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Na condição atual do Brasil, você acredita em uma política limpa?

Eu acredito que um dia a política será limpa, mas não na nossa geração. Talvez meus filhos sejam políticos corretos e vejam, na geração deles, os resultados da mudança que foi iniciada na nossa. É claro que não podemos generalizar. Hoje, nós temos políticos corretos sim, mas eu te digo que são minoria.

Eu entrei na política para tentar fazer parte da minoria e um dia, quem sabe, transformar essa minoria em maioria. É muito difícil. A gente tem que viver se policiando. O assédio é muito grande. A partir do momento que você se torna uma figura pública, você passa a ter muita dificuldade para ‘andar corretamente’, vamos dizer assim. Eu acho isso muito errado! Não devia ser assim. A política foi feita para políticos honestos, porém, infelizmente foi corrompida no meio do caminho.

Em sua opinião, quais são os principais problemas de Engenheiro Coelho e como será possível solucioná-los?

Eu tenho como meta buscar investimentos para o bairro Lagoa Bonita, que majoritariamente me elegeu, e apresenta vários problemas. Acho que um problema grande da população de Engenheiro Coelho como um todo é acreditar que existe uma divisão na cidade. Essa ‘divisão’ é visível dentro da própria Câmara. Uma das minhas principais metas é tentar quebrar esse paradigma de divisão. ‘Lá é um lugar, aqui é outro’. Queria tentar unir as duas partes da cidade e trabalhar para que os investimentos sejam divididos igualmente, de acordo com as necessidades. É muito difícil, mas é uma das tarefas que eu estou tentando desempenhar como vereador.

Outra questão é a falta de recursos, problema pelo qual todo o país tem passado. O Brasil está sem dinheiro para investir. Por causa dessa crise financeira, é necessário que trabalhemos para melhorar o que já temos. É muito mais interessante melhorar a gestão do que já se tem, do que ficar sonhando e acabar não realizando nada. Nós, como vereadores, devemos trabalhar também para que a fiscalização seja feita, e tudo continue funcionando e melhorando cada vez mais.

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Único representante do bairro Lagoa Bonita na Câmara: 

Uma dificuldade que eu encontro aqui no Legislativo é o fato de eu ser o único vereador eleito do ‘lado de lá’ da cidade. Todos os outros vereadores vivem dentro de Engenheiro Coelho. Eu sou o único que defende os interesses do povo do bairro Lagoa Bonita e das redondezas do Unasp. Nós tivemos 22 candidatos do bairro e só eu fui eleito. Qual é o peso que teremos dentro da Câmara? Uma proposta do meu pai era reunir todos os candidatos em uma sala – sejam 22, 40 ou 50 pessoas interessadas em se eleger – e definir 4 ou 5 nomes para concorrer. Desses 5, teríamos a possibilidade de eleger pelo menos uns três. Isso traria mais peso para dentro do Legislativo. Às vezes, chega uma emenda sem ‘carta marcada’ (local específico para ser empregada dentro do município) e para onde você acha que ela vai? Para o bairro Lagoa Bonita? Não, pois tenho apenas um voto dentro da casa.

Propostas de campanha – recapeamento da Estrada Municipal Pastor Walter Boger: 

Eu queria muito recapear toda a Vicinal que atravessa o bairro Lagoa Bonita, mas não vai dar. Vamos ser realistas. A princípio, é um plano inviável. Eu conversei com alguns deputados, conversei com meu tio que estava em Brasília – e pedi para ele conversar com alguns ministros – e não temos verba para isso. O país não suporta fazer investimentos agora. Se você parar para pensar, não é só Engenheiro Coelho que precisa de dinheiro. Todos os outros municípios também precisam.

Mas dentro disso, mesmo que não consiga agora o recapeamento completo da Vicinal, podemos tentar uma verba para iluminar e sinalizar ela de fora a fora. Eu conversei com o Deputado Chico Sardelli (PV), que é de Americana (SP), e ele se disponibilizou a ajudar através de alguma emenda destinada para isso. Vamos trabalhar para que essa parceria se realize o mais rápido possível.

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