12/06/2020

Casal coelhense conta experiencia de namoro dos anos 60

Demerval Millares e Vera Lucia Millares relatam que se conheceram quando a cidade não havia nem asfalto

Isabella Anunciação

Para os mais jovens que passam em frente a padaria Massa Fina em Engenheiro Coelho, não imaginam que ali já foi um cinema no passado e, muito menos, o local para namoro de casais apaixonados. Demerval Millares e Vera Lucia Millares viveram vários momentos de romance ali. Casados há 50 anos, eles lembram como o tempo mudou até aqui.

“Nos conhecemos aqui mesmo, quando a cidade não tinha nem asfalto, mas tínhamos um cinema, onde a gente ia só pra namorar”, relembram sorrindo. Vera nasceu em São Paulo (SP) e quando ela tinha três meses, a família mudou para Ribeirão Bonito (SP). Lá, o seu pai começou a trabalhar em uma companhia que faz asfalto. Por causa desse emprego, Vera passou sua infância morando em várias cidades até chegar em Engenheiro Coelho. Ela recorda que foi na mesma época em que foi feito o asfalto na estrada que liga Engenheiro Coelho a Mogi Mirim.

Enquanto Vera morou em várias cidades, Demerval foi nascido e criado em Engenheiro Coelho. Segundo ele, sua família é uma das mais antigas da cidade. Por causa disso, a sua mãe recebeu homenagem ao levar o nome do Centro de Conveniência da 3ª idade Rita Moraes Millares.

De acordo com Vera, naquela época a cidade tinha poucos jovens e um dos principais pontos de diversão era “um salão onde a moçada se reunia aos domingos à noite para dançar, ao som de uma vitrola”, relembra. Nesse cenário, Shirley Fávero, agora cunhada de Vera, foi quem uniu o casal. A partir daí os passeios de final de semana tomaram um novo significado.

Demerval trabalhava como roceiro na área de agricultura e na volta do serviço passava em frente à casa de Vera, na estação desativada da época – onde agora funciona o Caps. “Toda tarde ele passava montado num cavalo branco, olha que romântico!”, brinca.

Os laços estreitaram-se e, depois de cinco anos de namoro, chegou o grande dia. 25 de outubro de 1969. “Eu me senti muito feliz quando soube que casaria com ele, e somos até hoje, com a graça de Deus”, declara. Para Vera, o que sempre os uniu foi o amor.

Esse amor multiplicou e está sendo compartilhado com dois filhos e também dois netos. “Fácil não é, batalhamos muito pra estudar nossos filhos, mas a herança que queríamos deixar pra eles era essa”, conta. Eles tiveram um casal, Giovana – 49 anos, veterinária – e Rodrigo – ­47 anos, professor de ciências na Escola Estadual Antonio Alves Cavalheiro. Os netos são Ana Clara e Gabriel, ambos estudantes de Veterinária.

Depois de quase 51 anos de casada, Vera observa como os valores mudaram. “Naquele tempo tinha que falar com o pai, ficar noivos, depois marcar a data do casamento. Não se usava fazer um pedido de casamento como hoje”, explica. Ela recorda que o pai recebeu Demerval muito bem e o que importava, era o rapaz ser honesto e trabalhador. Apesar da mudança de gerações, Vera assume acompanhar.

Mesmo depois de tanto tempo, o sentimento não mudou. “O que me chamou atenção nele foi o jeitão dele. Mas é uma pessoa boa, bom pai, avô, família é tudo pra nós”, afirma. Segundo ela, o que faz o casamento durar bastante é o amor, respeito, muita paciência e temor a Deus.

Dia dos Namorados no Brasil

O Brasil comemora o Dia dos Namorados em 12 de junho, um dia antes do padroeiro dos casamentos. Em grande parte da Europa e nos Estados Unidos, a data é comemorada no dia 14 de fevereiro, de acordo com a festa de São Valentim – bispo da Igreja Católica que foi assassinado no século II.

Em 1948, o publicitário João Agripino da Costa Doria, pai do governador de São Paulo João Doria, criou a data para aumentar as vendas de uma loja de roupas. E para isso, ele resolveu relacionar a celebração do amor a figura do Santo Antônio.

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