30/08/2017

Casos de violência crescem em Engenheiro Coelho

Ocorrências relacionadas à agressão verbal, física e psicológica apontaram aumento no comparativo com o primeiro semestre de 2016

Da redação

Engenheiro Coelho registrou, no primeiro semestre de 2017, um leve aumento nos casos de violência e lesão corporal denunciados à Delegacia de Polícia Civil do município. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o aumento nos casos foi de 1,85% no comparativo entre o mesmo período de 2016.

Apesar do pequeno aumento no comparativo, dados divulgados pela Guarda Civil Municipal afirmam que o quadro já apresenta mudanças no município. De acordo com o Comandante Gonçalves, responsável pela base da GCM de Engenheiro Coelho, o número teve queda entre o primeiro e o segundo quadrimestres de 2017. Entre os meses de janeiro e abril deste ano, a GCM registrou um total de 47 ocorrências relacionadas à violência doméstica e lesão corporal, a maior parte delas cometidas contra mulheres.

No segundo quadrimestre do ano, que ainda está em andamento, a Guarda divulgou, até o momento,  20 ocorrências do gênero registradas na base. Os delitos apontados pela pesquisa são 90% relacionados à violência doméstica, e 10% ligados às lesões corporais, vias de fato, que ocorreram fora do âmbito familiar. De acordo com Gonçalves, “os dados do segundo quadrimestre ainda não foram fechados. No entanto, entre os números divulgados, pode-se perceber uma diferença bastante gritante entre as duas épocas do ano”, garante.

O comandante da GCM explica ainda que os números demonstram grande quantidade de denúncias e boletins de ocorrência (mais que o dobro) no período de festas de início de ano e Carnaval, que estão dentro do primeiro quadrimestre do ano. “Este é um momento em que muitas pessoas bebem e fazem uso de entorpecentes. Já no segundo quadrimestre, percebemos uma queda de mais da metade nos delitos”, afirma Gonçalves.

O profissional da Segurança admoesta que é preciso que a população local compreenda a importância de denunciar qualquer tipo de violência. “Nós não temos como livrar todos os moradores de Engenheiro Coelho de problemas como violência doméstica, principalmente quando estes acontecem dentro do ambiente familiar. É preciso que a população compreenda o quão importante é buscar ajuda e saiba que pode, 24 horas por dia, 7 dias na semana, contar com a Guarda para qualquer problema”, avisa Gonçalves.

“Quebrando o silêncio”

O Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp-EC) participa de um projeto chamado “Quebrando o Silêncio”, desde 2002, o qual é mantido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) e tem como principal objetivo ajudar a diminuir a violência doméstica praticada contra mulheres, crianças e idosos. O projeto produz duas revistas informativas (uma voltada aos adultos com artigos e orientações e outra em linguagem infanto-juvenil) e um site.

No último final de semana, a Instituição de Ensino realizou alguma iniciativas ligadas ao projeto. De acordo com a Assessoria de Imprensa do Unasp, a primeira delas, realizada no último sábado (26), reuniu cerca de 200 pessoas na distribuição de materiais de conscientização no centro do município coelhense. Ao todo, 1000 revistas foram distribuídas aos munícipes. Já no domingo (29), cerca de 100 pessoas (entre moradores do município e da comunidade) foram atendidas por 8 profissionais da saúde mental nas agremiações da Instituição.

De acordo com a professora Irene Lisboa, coordenadora do projeto “Quebrando o Silêncio” no Estado de São Paulo, o projeto tem o intuito de coibir qualquer tipo de violência praticada contra mulheres, crianças e idosos por meio da educação. “Nós também queremos incentivar as vítimas a denunciarem as agressões sofridas às autoridades. A violência precisa acabar, e a educação é uma ferramenta eficaz para isso”, explica a coordenadora.

“Para tanto, temos trabalhado muito com materiais impressos, tais como revistas, folders, manuais, além de vídeos, campanhas na TV Novo Tempo e ações sociais nas ruas e com as próprias vítimas. A internet também tem sido um espaço de muita manifestação. Temos apostado nisso e recebido muito retorno pelas redes sociais”, ressalta Irene.

Dados oficiais

Mundialmente, os dados oficiais mais atualizados sobre violência sexual contra mulheres são referentes a 2013. Naquele ano, um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrou que, em média, 35% das mulheres no planeta já experimentou algum tipo de violência física e/ou sexual praticado por alguém íntimo ou não. Entre as mulheres que possuem algum tipo de relacionamento estável, cerca de 30% foram vítimas de algum tipo de violência sexual por parte do próprio parceiro.

A Lei 11.340/06, denominada como Maria da Penha, é a legislação que protege a mulher de quaisquer atos de violência. A Lei se aplica perante atos violentos contra a vítima, entre eles, agressões psicológicas, sexuais, patrimoniais, físicas ou morais, desde que firam e denigram a imagem da mulher ou ainda que a cause dor.

O afastamento do agressor do lar, determinação judicial que exija distância da vítima e suspensão de visitas dos filhos em comum são alguns dos critérios utilizados para preservar a integridade física e psicológica da mulher.

Crimes de violência doméstica podem acarretar na prisão do agressor no período de três meses há três anos.

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