Conheça a história de uma das mulheres mais experientes de Engenheiro Coelho

Michael Harteman

Lazara Franco Hereman, mais conhecida como Negrita, tem 83 anos. Nasceu, cresceu e viveu a vida toda em Engenheiro Coelho. Carrega consigo muita vitalidade, história e amor ao próximo. Sua dedicação e experiência fazem dela uma fiel representante da mulher brasileira.

Ela nasceu em 26 de novembro de 1934. O local ainda era um pequeno povoado que, mais tarde, se transformaria na cidade de Engenheiro Coelho. As brincadeiras nas fazendas da família eram comuns, sempre cercada de outras crianças. Além de brincar, Negrita sempre gostou de estudar, era uma aluna dedicada e atenciosa.

Tal amor pela escola fez com que, mais tarde, ela cursasse o antigo magistério, o que a tornou apta a dar aulas. “Eu era substituta, as professoras já avisavam quando iriam faltar ou tirar licença, e eu assumia a turma”, conta Negrita, que também dava aulas de costura para as mulheres de Guaiquica.

Negrita conta com carinho sobre a época em que lecionava. “Eram outros tempos, as crianças respeitavam os professores, as aulas eram diferentes, sempre com muito silêncio”, relembra. O cargo de professora fez com que muitas pessoas conhecessem essa doce mulher. “Até hoje, às vezes, estou andando na rua e encontro pessoas adultas que foram meus alunos”, exclama a idosa sorridente.

Se tem algo que deixa Negrita feliz é trazer de volta as lembranças que ela tem da cidade na época de juventude. Os bailes, os encontros, as amizades e o companheirismo fazem com que seus olhos brilhem. “Foi uma época muito boa, as pessoas eram mais amigas, todos se conheciam, não tinha violência, era comum meu pai chamar as pessoas para virem comer em casa. Hoje, isso já não acontece mais”, pontua.

Além de dar aulas na escola para alunos da primeira a segunda série, e também num curso de costura, Negrita teve uma grande experiência como empreendedora. Uma loja que, segundo ela, trazia diversas pessoas para o convívio dela. “Tinha de tudo mesmo, era roupas, utensílios domésticos, brinquedos, e as pessoas vinham por que era muito difícil ter que sair da cidade para comprar as coisas”, relembra.

Negrita foi casada por 52 anos, é viúva desde dezembro de 2013. Continua vivendo e gostando de Engenheiro Coelho. Quem pensa que ela está parada, se engana. Atualmente, ela organiza viagens por todo Brasil. Itinerário, estadia e ônibus, tudo organizado por Negrita. “Adoro viajar, já fui para todos os estados do país”, exclama.

Dezenas de moradores de Engenheiro Coelho já estão acostumados com as viagens organizadas por Negrita. “Quando a gente volta de uma viajem, eles já me perguntam qual será a próxima. No último final de semana voltamos d e Ubatuba (SP) com mais de cinquenta pessoas”, conta a moradora.

Tudo isso é um pequeno pedaço da rica história de Lazara Franco Hereman. A experiência faz dela uma pessoa de sábias palavras. “Hoje, as coisas melhoraram para as mulheres. Se tem mais oportunidade, a mulher de hoje não pode ficar parada, tem que ir à luta”, admoesta uma das mulheres mais experientes de Engenheiro Coelho.

……………………………………..

Tem uma sugestão de reportagem? Clique aqui e envie para o Portal Coelhense.