02/11/2017

Conheça a história do coveiro de Engenheiro Coelho

Vanderlei Koppe trabalha há cinco anos no Cemitério Municipal Primaveras

Nathália Lima

Trabalhar de maneira direta com a morte não é tarefa fácil. Entrar diariamente em contato com pessoas em momento de luto demanda “jogo de cintura” e conhecimento. Em Engenheiro Coelho, a pessoa que mais lida com o luto alheio é Vanderlei Koppe, coveiro do Cemitério Municipal Primavera.

Lei, como é conhecido popularmente, explica que, antes de começar a trabalhar neste cargo, não gostava de comparecer a velórios e enterros nem mesmo de pessoas da família. “Eu não tinha apreço nenhum por cemitério. Não gostava de visitar, de ver, não me sentia bem”, explica o coveiro. “Hoje, eu vejo o cemitério como um lugar de paz, apesar de presenciar muita tristeza e momentos de dor por aqui”, acrescenta.

Após cinco anos na função de coordenador do cemitério de Engenheiro Coelho, Lei comenta que, por causa do trabalho, sempre espera o pior quando recebe telefonemas (mesmo fora do expediente ou durante o final de semana). “Quando algum parente liga, algum familiar, sempre tenho a impressão de que morreu alguém”, relata Lei.

Trabalhador experiente na construção civil, Lei utiliza de seus conhecimentos para construir, sempre que algum óbito acontece no município, as caixas especiais para o enterro dos corpos. “Algumas pessoas acreditam que meu trabalho como pedreiro não tem nada a ver com o que faço aqui no cemitério, mas, na verdade, tem sim. Na execução das caixas, eu consigo colocar tudo o que aprendi na vida trabalhando como pedreiro”, explica o coveiro.

Em Engenheiro Coelho, apenas duas pessoas cuidam do cemitério inteiro, local que tem espaço para 1500 corpos e fica localizado do outro lado da SP-147. De acordo com o coordenador do cemitério, em seis anos de existência do local (até então, os moradores eram enterrados em cidades vizinhas), mais de 300 pessoas já foram sepultadas no município.

Obras no cemitério

Para o dia de Finados deste ano, o Cemitério Primavera passou por algumas reformas “de última hora”. Segundo Lei, a falta de materiais para trabalhar é um problema que afeta diretamente o cemitério. “Nós conseguimos fazer algumas mudanças e reparos em volta dos túmulos, como a construção de calçadas em determinados pontos, mas não pudemos fazer tudo antes deste feriado. Nós só tivemos acesso a esse material uma semana antes do dia 2”, lamenta o coveiro.

“Nossa vontade é sempre manter o Cemitério em dia, até porque, em um momento de dor, tudo o que as pessoas querem é um local limpo e arrumado para enterrar seus entes queridos”, finaliza Lei. A proposta do coordenador do Cemitério para os próximos meses – e futuras datas em homenagem àqueles que se foram – é fazer com que o local seja visto pelas autoridades do município, e que nada seja feito “em cima da hora”.

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