05/12/2018

Dezembro vermelho espera atender 200 pessoas em Engenheiro Coelho

Mês é voltado para a prevenção e diagnóstico precoce do vírus HIV

Da redação

Dezembro é um mês marcado pela prevenção e diagnóstico precoce do vírus HIV. Em Engenheiro Coelho, durante toda a semana de 1 a 7 de dezembro, tem sido feitos testes rápidos para detectar diversas doenças. A prefeitura espera atender 200 pessoas.

Embora haja uma ação especial durante esta semana, os testes irão ocorrer durante todo o mês de dezembro. A enfermeira responsável pela vigilância epidemiológica de Engenheiro Coelho, Ellen Oliveira, explica esse é um período dedicado a prevenção e a testagem rápida do HIV. “Estamos fazendo a semana do ‘fique sabendo’, é uma campanha estadual, nosso foco maior é essa semana, mas durante todo o mês faremos os exames”, explica Ellen.

Além de exames para detectar HIV, os agentes de saúde irão fazer exames de Sífilis, Hepatite B e C. Os testes são feitos todos os dias das 7 às 16 horas e acontecem em três pontos da cidade: PSF1, PSF2 e UBS do Universitário.

Números

De acordo com a Secretaria da Saúde, pela primeira vez na década, o número de novos casos de HIV apresenta declínio: caiu de 9.185 registros em 2016 para 8.536, no ano passado, uma redução de 8%. No sexo masculino, a taxa de detecção diminuiu de 42 para 39,1 novas infecções por 100 mil habitantes nos dois últimos anos. Entre mulheres, o índice foi de 10,1 para 8,9 infecções por 100 mil habitantes. Os dados são preliminares e estão sujeitos a alterações.

Embora as notificações de Aids estejam diminuindo nessa década, o número de casos novos notificados pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana, causador da Aids) cresceu 3,5 vezes entre homens jovens que fazem sexo com homens em São Paulo. A cada 100 mil homens, o salto foi de 17,8 em 2008 para 39,1 em 2017. A maior concentração é entre jovens de 20 a 24 anos, com 88,3 novas infecções por 100 mil habitantes, no ano passado.

Testes

O acesso às testagens para HIV, sífilis e hepatites virais cresceu desde 2008, inclusive com a realização anual de campanhas denominadas “Fique Sabendo”. A oferta de testes rápidos em serviços fixos e com ações extramuros foi ampliada. Hoje, 94% das cidades aderiram à iniciativa, contra 58% dez anos atrás. No período, foram realizados 2,3 milhões de exames.

“É importante ressaltar que estar infectado pelo HIV não significa ter Aids. Atualmente, uma pessoa com HIV que tem acesso ao teste e ao tratamento em tempo oportuno não evoluirá para a doença”, diz Artur Kalichman.

O Estado possui uma rede extensa de serviços de assistência especializada em IST/Aids e centros de testagem, além de aconselhamento, hospitais-dia e de assistência domiciliar terapêutica descentralizados, dos quais mais de 80% ficam sob responsabilidade das administrações municipais.

“Gosto muito de dizer que não é só o sexo sem camisinha que transmite HIV. A homofobia, a desigualdade social e a questão de raça e cor, além das questões de poder e gênero, também transmitem HIV”, avalia Rico Vasconcelos, médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“Cada vez que alguém olha feio para uma mulher transexual e faz uma piada com um homossexual ou uma pessoa que vive com HIV, o cidadão está ajudando a epidemia a se perpetuar”, completa o especialista.

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