08/09/2017

Engenheiro Coelho registrou 820 analfabetos em último censo do IBGE

Dia Mundial da Alfabetização: saiba a respeito do Programa Educação de Jovens e Adultos desenvolvido no município

Nathália Lima

Um dos assuntos em discussão no Brasil é a taxa de analfabetismo que, entre pessoas com 15 anos ou mais, no ano de 2014 foi estimada em 8,3% (13,2 milhões de pessoas), segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano de 2013, esse indicador havia sido de 8,5% (13,3 milhões).

A título de comparação, o número de analfabetos no país é maior do que a população inteira da cidade de São Paulo, cerca de 12 milhões de pessoas, de acordo com a estimativa do IBGE.

Em Engenheiro Coelho, a realidade se mostra, entre aspas, melhor do que a apontada pelas pesquisas nacionais. As taxas de analfabetismo, calculadas também pelo IBGE em 2015, apontam que, ao todo, cerca de 820 munícipes se encontravam em situação de analfabetismo. Na época, havia 18.611 moradores na cidade.

De acordo com o supervisor de ensino do município, Régis Forner, o município, a fim de suprir essa necessidade, oferece o curso da EJA visando atender essa demanda. Mas o maior obstáculo enfrentado pela pasta de Educação refere-se a descoberta dos cerca de 820 munícipes. De acordo com o supervisor, na última semana, a Secretaria Municipal de Educação fez uma parceria com a Saúde municipal a fim de, por meio de pesquisas, levantar quem são essas pessoas. “Assim, poderemos fazer uma visita e saber quais são os anseios deles, propondo um projeto mais direcionado a esse público”, explica Forner.

Para a coordenadora do EJA municipal, Glaucia Ribeiro, o projeto é o primeiro passo para solucionar o problema do analfabetismo em Engenheiro Coelho. “Esse é um projeto de extrema importância para a educação de Engenheiro Coelho. Aqui é dada a oportunidade àqueles que não puderam terminar seus estudos em tempo hábil. Muitos deles tinham que trabalhar e sustentar suas famílias ainda cedo, por isso precisaram parar de estudar quando mais jovens”, explica Glaucia.

“Nós temos uma evasão grande de alunos, pois muitos trabalham o dia inteiro e, na hora de estudar, estão cansados demais para vir às aulas. No entanto, temos muitas histórias legais de superação e pessoas que realmente aprenderam a ler e escrever através do EJA”, afirma a educadora.

Para um futuro próximo

Em entrevista ao Portal Coelhense no início de agosto desse ano, a secretária de Educação de Engenheiro Coelho externou a intenção da pasta na compreensão e identificação dos casos de analfabetismo do município. De acordo com Cleide Franco, responsável pela pasta, a mesma pesquisa que está sendo realizada em parceria com a Saúde do Município tem ainda o objetivo de implantar, num futuro próximo, cursos técnicos profissionalizantes gratuitos.

“A proposta é trazer aos moradores do município a oportunidade de especialização em áreas de interesse dos munícipes. Para identificação destes assuntos e maior compreensão de quais são as principais dificuldades dos nossos alunos, estamos trabalhando em parceria com a Secretaria de Saúde local”, explica a secretária.

Cleide ainda explica que a triagem será realizada durante o segundo semestre de 2017 com munícipes e estudantes da rede a fim de acompanhar o desempenho de cada um deles e, se possível, auxiliá-los em suas dificuldades.

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