04/07/2020

Moradora de Engenheiro Coelho cria horta para enfrentar a crise do coronavírus

Maria Zilda Barros da Silva tem 74 anos e realiza o trabalho sozinha

Isabella Anunciação

Em 1960, o então presidente Juscelino Kubitschek instituiu a data 28 de julho como comemoração do Dia do Agricultor. Entretanto, existem momentos que não precisam esperar uma data para homenagear um profissional. Como o caso da moradora de Engenheiro Coelho, Maria Zilda Barros da Silva, que cuida de uma horta para sobreviver em meio à pandemia da Covid-19.

Antes do isolamento social, Maria vendia panos de prato em um semáforo no bairro Cambuí, em Campinas. Devido à pandemia causada pelo coronavírus, ela precisou parar com o comércio do produto e começar um novo trabalho.

“Parada eu não fico”, afirma Maria quando decidiu que usaria da agricultura para complementar seus recursos. “Eu recebo aposentadoria, mas é bem pouquinho, então decidi plantar”, conta.

Dona Zilda, como é conhecida no bairro, é uma maranhense de 74 anos. Ela relembra que na década de 90 veio morar no estado de São Paulo e passou por várias cidades. Já aqui, em Engenheiro Coelho, está há aproximadamente um ano.

No final do ano passado (2019), Dona Zilda viu uma vizinha limpando um terreno e perguntou se iria usar o espaço para plantar. A dona do lote disse que não e a permitiu usá-lo para plantar milho. Refém da crise atual, Zilda passou a usar o local para fazer uma horta.

Nicoli Ramos mora em frente ao espaço onde dona Zilda desenvolve seu trabalho. Ela relata que desde de março via a senhora limpando e mexendo no terreno. “Eu a observei limpando tudo sozinha. Quando vi a evolução do trabalho dela fiquei admirada”, exclama.

Com apenas 40% da visão, Maria cuida de sua horta que já possui: cebolinha, salsinha, alface, couve, abóbora, abobrinha, tomate cereja, pimenta dedo de moça, mamão, chuchu, berinjela, jiló, quiabo e rúcula. Mas por enquanto, apenas as hortaliças estão sendo possíveis comercializar.

O cuidado com a plantação começa cedo, dona Zilda diz que às 8h já está regando a terra. Esse cuidado ela faz duas vezes ao dia, o outro momento acontece por volta das 16h da tarde. Ela lamenta que no atual terreno não tem água, então precisa pagar para usar a torneira de um vizinho. Além dessa dificuldade, Maria afirma que não tem condições de conseguir esterco para a terra, sendo assim, sua horta é cuidada apenas com água.

Apesar das adversidades, dona Zilda já é motivo de inspiração para algumas pessoas da redondeza. “Ela influenciou os vizinhos a fazerem a mesma coisa. As pessoas veem a idade dela e o vigor que ela tem e se inspiram”, menciona Nicoli.

“Eu acho um trabalho muito bonito. Ela passa uma experiencia e um incentivo muito forte para as pessoas, isso anima a gente também”, declara o aposentado Celso Cardoso Andrade.

Quando a quarentena acabar, Dona Zilda pretende dedicar dois dias da semana pra venda dos panos de prato e, agora, verduras também. Já nos outros dias, quer continuar cuidando da horta. “Eu gosto de trabalhar com isso aqui”, expressa.

Para os interessados em ajudá-la, basta comparecer na rua 1, número 111, bairro Recanto da Vinci (região do Unasp).

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