14/06/2024

Moradores de Engenheiro Coelho reclamam de forte odor que toma conta da região do Unasp

Moradores chegaram a associar o odor forte a complicações de saúde. UNASP se manifestou

Felipe Pessoa

Moradores da região da Estrada Municipal Pastor Walter Boger, próximo ao condomínio Lagoa Bonita, em Engenheiro Coelho, estão relatando incômodo com fortes odores que tomaram conta da região nas últimas semanas. Os moradores afirmam que o cheiro chegou a um nível de intensidade preocupante, e que fica mais forte durante a noite, ao ponto de manter portas e janelas abertas ter se tornado difícil.

Segundo Miriam, uma moradora do condomínio que concedeu entrevista à reportagem, o cheiro se assemelha a um odor de ‘podre’. A região onde se localiza o condomínio é rural, com diversas áreas de plantação e, consequentemente, com frequente uso de adubo, o que muitas vezes acaba resultando em fortes odores. Miriam relata que os moradores sabem disso, mas afirma que, para eles, o odor parece estar mais intenso.

Tanto Miriam quanto outros moradores chegaram a associar o forte odor a complicações de saúde com características semelhantes que vêm sendo desenvolvidas pelos locais. Entre os sintomas descritos estão dificuldade de respiração, tosse, irritação nos olhos e alergias. Em alguns casos, os moradores relatam até ânsia de vômito.

À reportagem, Miriam autorizou que fossem utilizadas fotos de exames e receitas medicamentosas que seu filho recebera após consultas médicas, apontando-as como consequência do cheiro forte.

Segundo Miriam, alunos do curso de veterinária, a quem por vezes ela oferece caronas pelo fato de o laboratório do curso estar localizado próximo à entrada da universidade, também vêm sofrendo com o odor. Isso porque há plantações próximas ao laboratório e à entrada da universidade. Ela relata que os estudantes, por vezes, sentem a necessidade de manter o lugar todo fechado durante as aulas.

A testemunha afirma que procurou a prefeitura, que a instruiu a contatar a Vigilância Sanitária, que, por sua vez, a direcionou à Tributação do município. Miriam enviou um e-mail ao órgão e, como instruído, prosseguiu com o preenchimento de um formulário. Até a data da entrevista, não houve retorno do órgão.

A vereadora Flávia Guimarães (PRTB), que também é moradora de um dos condomínios localizados na Walter Boger, afirmou que estava ciente do problema antes de os moradores iniciarem as reclamações, e que esteve em contato com o secretário do meio ambiente sobre o assunto. A vereadora afirmou não ter conhecimento do nome do produto que estava sendo utilizado na região.

Flávia afirmou que, em conversas com o secretário, ele afirmou que a Prefeitura já notificou o agricultor responsável pela dispersão dos produtos pelo local para que ele apresentasse o nome do produto. Ao ser questionada pelo Portal Coelhense se a Prefeitura também não teria o nome do produto, a vereadora respondeu que a ação do executivo parou na notificação ao agricultor.

Flávia afirma que contatou a diretoria do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), e que recebeu a resposta de que um dos produtos utilizados na adubagem das terras da região se trata de amido de milho.
As entrevistas com moradores e com a vereadora Flávia aconteceram no dia 7 deste mês. Nesta sexta-feira (14), a reportagem também entrou em contato com a assessoria do UNASP, que publicou uma nota de esclarecimento na mesma tarde.

Leia na íntegra: “O Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), campus Engenheiro Coelho, tomou conhecimento do odor sentido nas últimas semanas nas redondezas do campus universitário em razão da utilização de um adubo líquido aplicado por terceiros nas áreas arrendadas. Segundo informações do responsável, o produto é de origem vegetal e ambientalmente mais adequado do que o adubo químico, que costuma ser utilizado em situações como essa. O adubo é de aplicação única e o seu odor foi potencializado pelas chuvas que ocorreram na primeira semana de junho.”

Na última quinta-feira (13), a reportagem entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Engenheiro Coelho, que, ao contrário do que foi dito pela vereadora Flávia, afirmou que a pauta não é de conhecimento do Executivo.

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