17/06/2020

Mulher coelhense que teve auxílio negado por “estar morta” contrai Covid-19

Além de Vanessa, toda a família foi infectada pelo vírus

Isabella Anunciação

Há quase um mês, a coelhense Vanessa da Silva Ribeiro Oliveira não conseguiu dar entrada no Auxílio Emergencial de R$ 600, destinado pelo Governo Federal, porque a Caixa Econômica Federal tem ela dada como “morta” em cadastro. Segundo Vanessa, esse problema ainda não foi resolvido pela Dataprev. Além dessa questão, a família Oliveira tem enfrentado outras dificuldades. Quase um mês se passou desde a primeira reportagem, e todos os membros da família Oliveira foram diagnosticados com coronavírus.

Na última quarta-feira (10), Vanessa recebeu o resultado positivo para coronavírus. “Antes de sair o resultado, eu não tinha dúvida alguma que estava infectada, porque a dor é sobrenatural”, relata. A médica que a atendeu disse que cada corpo reage de um jeito e, para Vanessa, os sintomas não foram parecidos como os da gripe. “Eu  tive intensa dor de cabeça, que não parava com remédio algum, falta de ar, febre, dor no peito como se tivesse um peso em cima, dor nas costas, muita tosse, a garganta dói como se tivesse uma bola que incomoda e você não consegue engolir e dificulta a respiração, e uma fadiga terrível também”, expõe. Vanessa achou que iria morrer.

Além dela, o esposo e filhos foram contaminados. Entretanto, Adilson Aparecido de Oliveira não possuiu todos estes sintomas. “Ele apresentou muita falta de ar, fadiga, febre muito alta, a oxigenação no sangue dele foi muito baixa. Eu tive tosse e meu esposo não, e nós dois emagrecemos”, diz. Segundo Vanessa, os primeiros sintomas dele apareceram na terça-feira (2). Adilson ficou internado na Humanitária, em Limeira, e retornou para casa no sábado (13).

Já os filhos só apresentaram tosse. Sensibilizada pela situação, ela deixa um conselho. “Quem não foi infectado ainda com essa doença se cuida, não saia de casa se não for realmente preciso. Porque os sintomas são terríveis”, recomenda.

Vanessa conta que realizou o exame no sábado (6). Ela estava com três dias de sintomas e, por isso, o teste foi feito pelo exame suave. Ela acredita que pegou a doença por meio do esposo, pois ele era o único que saia de casa. Atualmente, o casal está de quarentena e ainda debilitados. Em relação ao tratamento, estão fazendo uso das medicações prescritas pelo médico.

Ação solidária

O casal não recebe Bolsa Família e possui quatro filhos menores de idade. Devido aos problemas encontrados no cadastro do Auxílio Emergencial, a família também não está tendo fonte de renda. Uma das preocupações de Vanessa é com a filha caçula. A menina, de apenas dois anos, tem asma e é cardíaca. “A minha caçula precisa de remédios manipulados e o posto não disponibiliza”, explica.

Uma amiga da família montou uma vakinha online para ajudá-los a passar por esse período delicado. Vanessa informa que usará o dinheiro para colocar as contas em dia e sobreviver durante a pandemia. “O dinheiro será usado para pagar contas de luz, de água e as outras contas essências, que estão todas atrasadas desde o início da pandemia. Também comprar medicamentos e continuar sobrevivendo até a pandemia acabar, porque com quatro filhos é complicado”, afirma. Por estar debilitada frente ao vírus, Vanessa não está conseguindo cozinhar e também precisa de dinheiro para comprar marmita para as crianças.

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