Pandemia afeta mercado imobiliário de Engenheiro Coelho

Amanda Januário

O mercado imobiliário de Engenheiro Coelho sofreu declínio em decorrência da pandemia pelo novo coronavírus. A cidade registrou queda na locação de imóveis, principalmente na região do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). Ajustes entre os locadores e locatários foram feitos para buscar minar as consequências da quarentena.

O período de maior declínio foi nos primeiros meses do isolamento social. De acordo com Luciana Sato de Faria, proprietária de uma imobiliária da cidade, o período de maior locação de imóveis acontece entre janeiro e março. Entretanto, foi neste mesmo tempo que começou os primeiros decretos de isolamento. Muitas imobiliárias espalhadas por Engenheiro Coelho têm parte significativa do público girando em torno de estudantes universitários, o que ocasionou uma colisão no primeiro semestre. Luciana comenta que “a princípio muitos foram para casa temporariamente, 15 dias, como foi dado o primeiro decreto” depois “foram entregando os imóveis por conta da pandemia”. Diante deste cenário, negociações foram feitas visando diminuir os impactos.   

Leonardo Bonventi, foi um dos estudantes que teve complicações na hora de pagar o aluguel. Ele morava há dois anos em Engenheiro e precisou se mudar para Bragança Paulista. Após ser desligado do serviço, tomou iniciativa de procurar a imobiliária para fazerem um acordo.  “Não daria para pagar em dia todo o valor”, admite Leonardo. Depois chegaram a um consenso, e a imobiliária forneceu 20% de desconto. Ainda assim, não foi o suficiente para manter o mesmo ao longo dos outros meses. Leonardo precisou fazer as malas e retornar a casa de sua família.

Se por um lado o mercado perdeu com a saída dos universitários, por outro, a cidade começou a receber inquilinos vindo de cidades grandes, como a capital paulista. Segundo Luciana, eles estavam à procura de “lugares mais espaços e tranquilos para se viver”, movimentando assim o mercado imobiliário geral do inteiro de São Paulo.

Lilian Borrelli dos Reis, proprietária de imóveis para locação, diz que o mercado imobiliário já vinha passando por uma crise e que pandemia agravou o quadro. “A recuperação da economia no nosso país levará alguns anos para retomar a situação e vencer os prejuízos”, analisa Lilian.

Em entrevista a InfoMoney, Eduardo Zylberstajn, coordenador de pesquisas da Fipe, afirmou que “nenhum vendedor vai diminuir significativamente o seu preço, se tem a expectativa de que o cenário vai caminhar para a normalidade”. E de fato, tanto as imobiliárias quanto proprietários de imóveis, demostram acreditar em um futuro mais promissor. E por mais que houve um impacto com o aumento do desemprego e efeitos da quarentena, acreditam que a crise é passageira.

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