Psicóloga de Engenheiro Coelho fala sobre Síndrome do Esgotamento Profissional

Priscila Vasconcelos

Cansaço, desmotivação, ansiedade, nervosismo, alterações de humor e baixa autoestima. Estes são alguns dos sintomas da Síndrome de Burnout, distúrbio psíquico relacionado ao exercício do trabalho, seja qual for, que afeta a saúde mental provocando situações de desgaste emocional, psicológico e físico.

Nesta quinta-feira, 10 de outubro, é comemorado o Dia Internacional da Saúde Mental, data instituída em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental, com o objetivo de promover anualmente debates para o conhecimento público sobre a saúde emocional.

De acordo com uma pesquisa do Isma-BR (associação integrante da International Stress Management Association), 72% dos trabalhadores brasileiros sofrem com as consequências do estresse e 32% deste total, poderão ser diagnosticados com a Síndrome de Burnout. Mas o que é o Burnout?

O Portal Coelhense conversou com Ivanildes Magalhães, moradora de Engenheiro Coelho, e que atua como psicóloga no Cevisa (SPA Médico Educativo) em Engenheiro Coelho, na clínica Med Center em Artur Nogueira (SP) e em outras clínicas particulares. Ela nos contou detalhes sobre as causas, diagnóstico e formas de tratar esta condição que atualmente acomete grande parte dos trabalhadores.

Síndrome de Burnout

O que é?

“A Síndrome de Burnout é um estado de tensão emocional que é causada por extremo estresse no ambiente de trabalho. Ele aparece quando a ocupação que pessoa exerce gera grande desgaste emocional, psicológico e físico. Esses fatores combinados podem gerar uma série de sintomas que prejudicam a qualidade de vida desse indivíduo podendo levar ao desgaste profissional”, explica Ivanildes.

“E ela pode afetar qualquer um que lide com muita pressão emocional em seu dia a dia. Então, pessoas que trabalham em escritórios, professores, profissionais da saúde, policiais, entre várias outras profissões estão suscetivos ao Burnout. Essas profissões exigem longas cargas horárias, às vezes metas muito altas, contato interpessoal em excesso, além da própria auto exigência da pessoa”.

Sintomas

“Os sintomas são vários, mas os mais comuns são o cansaço mental em excesso, também o cansaço físico, a dificuldade de concentração, falta de vontade de estar entre amigos ou em atividades sociais, isolamento, negatividade, mudanças de humor repentinas, total falta de energia, memória fraca, baixa autoestima e claro, ansiedade e depressão, que se manifestam junto a esses sinais”, conta a psicóloga.

Tratamento

“Num primeiro momento é importante identificar quais as principais queixas do indivíduo, portanto, a psicoterapia é essencial. Muitos desses sintomas podem ser minimizados com a terapia, entendidos durante as sessões e depois, administrados pelo paciente, antes que se fale em medicação. Claro que em casos extremos, em que se observa uma ansiedade que não passa, desconforto emocional constante seguida da depressão, é melhor que seja ministrada alguma medicação. Só quem poderá falar é o profissional de saúde. É de extrema importância que ajuda médica seja procurada”, afirma.

Também não pode ser esquecido que para qualquer condição de adoecimento mental, seja ansiedade, depressão, Burnout, entre outros, é necessário a cooperação do próprio paciente. Fazer exercício físico regularmente é excelente alternativa para diminuir o estresse, já que libera hormônios como serotonina e endorfina, que causam a sensação de prazer e bem estar.

Além da terapia, dos exercícios, e de um possível medicamento, é preciso entender a importância de uma noite de sono de qualidade. Durante o sono nossos hormônios são regulados por nosso cérebro, e a falta desse descanso causa um desbalanceamento, que futuramente pode ser uma causa para piorar os sintomas.

Álcool, drogas, comida em excesso e cigarros, jamais devem ser usados como escapatória. Fazendo o uso descontrolado é possível que a pessoa se sinta ainda pior depois que os efeitos instantâneos e rápidos passarem”, finaliza.

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