Moradores de Engenheiro Coelho reclamam de animais nas ruas

Nathália Lima

E mais uma vez, moradores de Engenheiro Coelho reclamaram a respeito da grande quantidade de animais soltos nas ruas do município. Em julho deste ano, o Portal Coelhense recebeu as primeiras denúncias deste assunto, que rendeu comentários e indignação.

Na época, as reclamações diziam respeito à quantidade excessiva de cães e gatos abandonados durante o primeiro semestre deste ano. De acordo com as denúncias, a realidade da cidade já estava bastante delicada, e se agravou após a entrega dos apartamentos do Programa Minha Casa Minha Vida.

O morador Edvaldo Pereira, que fez novamente a sugestão do assunto, explica que essa é uma realidade latente no município e buscou ajuda para cobrar uma atitude do poder público. “Só vem aumentando [o número] de cachorros na rua e as autoridades não fazem nada para mudar isso”, reclama Pereira. Preocupado com a saúde dele e de outros munícipes, ele explica que, apenas em sua rua, “duas pessoas já foram mordidas” por animais soltos.

Sobre o assunto, a moradora Elis Renata, indignada pelas acusações, disse  que “quem já tinha ganhado os apartamentos teve tempo o suficiente para arrumar um lar pra os bichos”. Isso porque, dentro do residencial MCMV do município, não é permitida a entrada de animais de estimação.

Outro morador ainda cobrou mais responsabilidade dos coelhenses quanto ao tratamento de animais de estimação. Segundo Juninho Lima, na rua onde mora “às vezes [os animais] chegam a andar em grupo, uns 12, sem contar que a noite eles brigam entre si e choram”, lamenta. 

Para Priscila Barbosa, que também externou sua indignação quanto ao assunto, o problema deveria ser solucionado através de conscientização e iniciativas sociais. “Por causa do abandono e descuido crescente na cidade de Engenheiro Coelho, o número de animais judiados nas ruas é alarmante”, ressalta Priscila. A moradora, ainda exemplifica sua opinião através de iniciativas em outros municípios da região. “Deve ser instalado um departamento que cuida, vacina, castra e leva para adoção social, igual a ONG RPAA – Rede de Proteção Animal e Ambiental de Artur Nogueira”, acrescenta.  

Lei municipal

Em Engenheiro Coelho, existe uma Lei Municipal sobre o assunto. O documento de nº 0311, de 10 de julho de 2001, assinado há exatos 16 anos pelo antigo prefeito José Otávio Scholl, obriga a população a ter mais responsabilidade quanto aos seus animais de estimação, e o município a tomar medidas definitivas. De acordo com a Lei, que pode ser acessada no site da Câmara Municipal de Engenheiro Coelho, a Prefeitura – através da Secretaria responsável pelo assunto – teria o papel de apreender animais que transitassem livremente no município e os deixaria por três dias úteis dentro do Canil Municipal de Artur Nogueira (SP).

O artigo 10º da Lei previa a apreensão e explicava quais seriam as medidas tomadas caso os donos não entrassem em contato com a pasta responsável até o final do tempo previsto. “Findo o prazo estipulado na presente lei para resgate dos animais, sem identificação dos proprietários, serão considerados de propriedade da Prefeitura Municipal e poderão sofrer as seguintes destinações: a) adoção por pessoas interessadas […]; b) doação à Instituições Educacionais de nível superior […]; c) sacrificados, de forma que não cause sofrimento aos animais”.

Prefeitura

Questionada, a prefeitura do município mantém a postura de que não há possibilidade imediata de construção de um canil municipal. Em nota, a Assessoria explicou que “por hora, [o assunto está] fora de cogitação. As cidades vizinhas, como Conchal (SP), também não estão recebendo. Não estão dando conta nem dos de lá”, argumenta.

Representando o prefeito Pedro Franco e o Vice-Prefeito Simão Mendes, o assessor Pedro Soares participou, na segunda semana setembro, de um seminário realizado na cidade de Jaguariúna (SP). O evento foi organizado pelo deputado estadual Chico Sardelli (PV).

Na oportunidade, foi entregue ao parlamentar o ofício com destinação de emendas para a castração e identificação de animais. Apesar da negativa, o Executivo explicou que “correu atrás” desta emenda para realizar no município a castração e identificação de animais em caso de rua, e continua aguardando a resolução do pedido.

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